SAL

Águas Abundantes


Percurso Natural:

• As charqueadas contribuíram para o crescimento da economia regional, integrando o Rio Grande do Sul ao mercado nacional e dando à Pelotas o título de uma das cidades mais importantes do interior do país durante o século XIX. A bacia hidrográfica que cerca o município foi determinante na formação e no desenvolvimento de Pelotas, principalmente durante o período charqueador.

• Quando ainda não existia estrada asfaltada e carros a motor, toda a produção do charque e demais produtos que vinham de outros lugares eram transportados pela água. As embarcações atracavam nas margens do Arroio Pelotas para retirar a produção direto de cada charqueada e dali entravam no canal São Gonçalo para chegar à Laguna dos Patos, por onde navegavam até Porto Alegre.

• Da capital gaúcha, o charque era vendido para o resto do Brasil e até para o exterior. Uma parte do produto pelotense era levada ao Nordeste para servir de alimento aos escravos da região e os navios retornavam trazendo outra especiaria produzida lá, o açúcar. Esse intercâmbio favoreceu a criação de uma tradição doceira local, que posteriormente se tornou outra marca da identidade cultural de Pelotas que conhecemos hoje.



Patrimônio das Águas:

• Os recursos hídricos que cercam o município de Pelotas são notáveis patrimônios naturais. Relembrando que essa classificação de patrimônio compreende áreas de relevância preservacionista e histórica, ou seja, áreas que transmitem à população a importância do meio ambiente natural preservado.

• A Laguna dos Patos é o maior reservatório de água doce da América Latina. Considerada um “Mar de Dentro” por conta de uma área de aproximadamente 10.144 km², possui cerca de 280 km de comprimento, chegando em alguns trechos a uma largura de até 70 km. É o recurso hídrico que banha os balneários da Praia do Laranjal.

• O Arroio Pelotas é o maior arroio do estado. Possui cerca de 60 km de extensão, integra a bacia hidrográfica da Lagoa Mirim e deságua no Canal São Gonçalo. A Lei Estadual n° 11.895/2003 declara esse curso d’água como Patrimônio Cultural do Estado do Rio Grande do Sul.

• O Canal São Gonçalo faz a ligação entre a Laguna dos Patos e a Lagoa Mirim, sendo navegável em toda sua extensão. Na zona do Porto, possui uma área denominada “quadrado”; construída no início da década de 50 do século XX para estacionamento e desembarque de pequenos barcos que faziam transporte de cargas para um estaleiro e fábricas instaladas na região; o entorno do lugar é denominado doquinhas.



Curiosidade Temperada:

> Você sabia que um arroio costumava cortar o centro da cidade de Pelotas?

• Antigamente, as águas do Arroio Santa Bárbara eram utilizadas para banho, para lavagem de roupas pelas lavadeiras e como meio de locomoção para diferentes embarcações. Em decorrência das enchentes constantes que devastaram a cidade ao longo dos anos, foram desenvolvidos projetos para canalização desse recurso hídrico na década de 1950.

• Após a conclusão das obras, várias pontes e pontilhões que haviam sido construídos para transitar pela cidade foram extintos. Hoje resta apenas uma lembrança daquela época: a ponte localizada no encontro da Rua Marechal Floriano com a Praça 20 de Setembro. O Arroio Santa Bárbara foi transformado em canal e deságua próximo à Estação Rodoviária de Pelotas, em uma barragem responsável por uma parcela do abastecimento de água local.