CULTURA

Comemorações Carnavalescas


Raízes Históricas:

• A história carnavalesca iniciou por conta de um festejo de origem ibérica denominado “Entrudo” que era realizado nos três dias antecedentes a Quaresma, as pessoas saíam às ruas de muitas cidades para brincar de jogar água, farinha e perfume umas nas outras. Entretanto, o entrudo era considerado um festejo muito bárbaro, assim tornando-se indesejável principalmente pela elite e pela imprensa. Gradativamente, o entrudo foi desaparecendo e dando lugar a uma folia diferente e mais alegre, o Carnaval.

• Em Pelotas, o Carnaval surgiu no final do século XIX, com o intitulado “Carnaval Veneziano” o qual era uma festa coletiva realizada com muita diversão e celebração ao luxo, à música e ao bom humor pela elite pelotense. Com o passar dos anos, clubes como o Brilhante, Diamantinos, Fica Ahí Pra Ir Dizendo, entre tantos outros, foram fundados com o objetivo social de realizar os festejos de carnaval e assim o carnaval pelotense passou a ser uma festa popular com a participação de pessoas de todas as classes sociais.

• A essência carnavalesca pelotense sempre esteve nas ruas, ao longo da Rua XV de Novembro havia todos os anos desfiles de conjuntos vocais acalorados por grupos, blocos, cordões e muita alegria dos foliões. Após os desfiles dos blocos e escolas de samba, a festa era finalizada com um grande baile popular no famoso "Redondo" como era denominada a área circular no centro da Praça Coronel Pedro Osório, onde fica a Fonte das Nereidas.



Folia Atual:

• Pelotas possui uma tradição muito grande relacionada ao Carnaval. Realizada de maneira única e com uma alegria contagiada, as festas são feitas com diversos blocos burlescos, cordões carnavalescos e escolas de samba que levam a multidão pelotense para as ruas. As décadas de 1960 e 1980 foram mais importantes na história do carnaval pelotense, sendo ele considerado o terceiro maior carnaval do Brasil.

• Atualmente, o carnaval de Pelotas possui mais de dez Escolas de Samba, entre elas se destacam a Academia do Samba, E. S. General Telles, Estação Primeira do Areal, Unidos do Fragata e a E. S. Ramiro Barcelos. Entre os diversos Blocos Burlescos pelotenses, estão os que participaram da construção do carnaval na cidade ainda fazem parte dos festejos todos os anos, como o Mafa do Colono (1958), Tesoura da Tiradentes (1959), Bruxa da Várzea (1962) e Bafo da Onça (1962).



Curiosidade Temperada:

> Você sabe o que é um Sopapo?

• O Sopapo é um tambor de, pelo menos, um metro de altura confeccionado em formato de cone. A sua origem é fruto da contribuição de escravos das charqueadas pelotenses. O instrumento, até então pertencente apenas a cultura afro, foi difundindo a partir do final da década de 1940 nas escolas de samba de Pelotas.

• Cinquenta anos mais tarde, o músico pelotense Giba Giba (1940 - 2014) foi o responsável por manter o legado do instrumento, sendo a única pessoa a ter um sopapo genuinamente gaúcho. Com o passar dos anos, o tradicional tambor foi substituído pelos tambores denominados surdos, de sonoridade mais grave e processo de construção industrializado.

• O músico Giba Giba, entre 2000 e 2001 realizou duas edições do Projeto Cabobu em Pelotas, sendo um encontro de celebração do Sopapo com participação de músicos brasileiros de renome. Em 2018, no dia 18 de novembro durante a Virada Cultural, a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, assinou o decreto nº 6.130 que concedeu ao município o título de Cidade do Sopapo.

• Atualmente, a história do Sopapo e sua fabricação sobrevivem através da oralidade de mestres Griôs e artistas que carregam o legado do instrumento para as novas gerações. E de maneira a contribuir com a preservação do tambor de sopapo, o Coletivo Catarse, em convênio com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), desenvolveu o projeto Tambor de Sopapo - Resgate Histórico da Cultura Negra do Extremo Sul do Brasil.